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» »Unlabelled » Tudo começou em um Fusca Empresária de 26 anos vendia roupas em frente a faculdades e hoje tem a própria loja


Estou construindo uma marca e esse é um processo demorado, que agrega vários fatores, a gente passa por altos e baixos
A promessa de ano-novo de Camila Pinheiro, 26 anos, se concretizou em 1º de janeiro de 2013, quando pegou as chaves da loja Menina Palito, em Taguatinga. Seis anos antes, ela havia começado a investir no sonho de construir uma marca: estacionava o Fusca que o pai havia emprestado em frente a faculdades e à igreja que frequenta para vender camisetas customizadas. A divulgação boca a boca funcionou, e o carro da empreendedora virou ponto de encontro das jovens universitárias da cidade em busca de produtos exclusivos e originais. Próximo de completar um ano de funcionamento, Camila comemora o sucesso, vende cerca de 140 peças por mês e recebe encomendas de todo o país.

“A marca tem esse diferencial, são produtos muito exclusivos, a maioria das coisas sou eu mesma que faço. A pessoa bate o olho e já identifica que são da loja”, explica. Cada modelo de vestido, por exemplo, tem apenas 15 peças e Camila avisa logo às clientes para correr e aproveitar as novidades antes que os produtos acabem. Além de participar de feiras de moda, ela mantinha uma loja virtual no início do empreendimento, mas as freguesas começaram a cobrar um contato pessoal com a designer. Por isso, ela decidiu investir no aluguel de um ponto comercial. Agora, Camila vende também shorts, calças e acessórios que ela mesma faz e ainda sapatos que compra de um fornecedor para oferecer um look completo.

A própria empresária atende todas as clientes, das 10h às 18h. Quando precisa sair e comprar algum tecido ou aviamento para a produção, a mãe Maria Luiza e a irmã Juliana ajudam a tomar conta da loja. A rotina é puxada, mas Camila não se arrepende. “É prazeroso, porque é uma área com a qual me identifico”, diz. Atualmente, a atividade da loja virtual está suspensa, mas deverá ser reaberta em breve, assim que o estoque aumentar. Enquanto isso, ela responde às clientes por e-mail, por mensagem de celular e por pelo menos três redes sociais. Para atender a demanda, ela passou a terceirizar a produção. Depois de desenhar e enviar o modelo, vai até o local checar e aprovar a peça piloto.

Na prática

Formada em publicidade, Camila usou o conhecimento adquirido durante a graduação para desenvolver a marca, mas não teve nenhuma preparação específica para o empreendedorismo, precisou aprender com os erros e acertos na prática. “Acho que a parte mais difícil é a organização financeira e, antes, eu queria fazer tudo muito rápido. Hoje, estou indo com mais calma para não errar mais”, relata. O principal apoio para a parte administrativa vem do marido, Elvis Portela, que trabalha como consultor de vendas. E, assim, aos poucos, a empreendedora se prepara para encarar os desafios diários. “A responsabilidade é grande, pois tenho que criar peças bonitas, mas preciso vender também”, conta.

O esforço, porém, vale a pena. Camila vai quase semanalmente aos Correios para enviar encomendas para diversos estados, elas vêm de São Paulo, Goiânia e até de Recife. Volta e meia, algumas cliente de fora vêm visitar a loja em Brasília. “Estou construindo uma marca e esse é um processo demorado, que agrega vários fatores, a gente passa por altos e baixos. Mas sempre que estava um pouco desanimada, no lugar em que eu menos imaginava, via alguém usando a camiseta da loja. É muito gratificante”, diz.
Camila ainda guarda a lembrança simbólica do início da Menina Palito. No balcão da loja, ela colocou a frente de um Fusca cor-de-rosa, customizado pelo pai, Edson, e pelo marido. A empresária planeja a expansão para um futuro não muito distante. Quer abrir mais lojas e criar um modelo de franquias que permita a pessoas de outras regiões venderem os produtos. Para isso, ela se inspira em grandes marcas brasileiras que se consolidaram na cidade e até mesmo no mercado internacional. “Eu acho que vou chegar lá, estou caminhando para isso.”

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