headlines

sponsor

sponsor

Slider

    Recent Tube

      Business

        Technology

          Life & style

            Games

              Sports

                Fashion

                  » »Unlabelled » Projetos se arrastam e deixam os brasilienses insatisfeitos
                  Will


                  Patrícia Fernandes

                  Um filme de terror com enredo catastrófico. Assim pode-se definir o atual momento do Distrito Federal. Quando o assunto são as obras públicas, a situação é alarmante. São construções entregues antes do acabamento, atrasos e investimentos altíssimos por parte do Governo do DF (GDF) que não se justificam. Em vez de melhorias, o que se vê é a população insatisfeita com este cenário.

                  Situação parecida vive o chamado Veículo Leve Sobre Pneus (VLP). Com projeto de aproximadamente R$ 530 milhões, a expectativa era de que o VLP atendesse cerca de 600 mil passageiros do Gama e Santa Maria. Para isso, seria criado um corredor exclusivo até o Plano Piloto. A expectativa era de que os ônibus transportassem cerca de 20 mil pessoas por hora e que o projeto fosse concluído em junho deste ano. Contudo, o que se têm hoje são obras longe de serem concluídas e que causam transtornos a quem precisa passar pelo local.

                  É o caso da empregada doméstica Raimunda Barrozo, 48 anos, que em função das obras é obrigada a sair de casa às 4h30 para chegar a tempo ao trabalho. “Moro em Valparaíso (GO) e preciso sair esse horário para conseguir chegar às 8h30. Não vejo a hora de essa obra acabar”, reclama Raimunda.

                  Ela lamenta o atraso das obras e ressalta que está cansada dos transtornos. “Prometeram que terminaria esse ano, mas pelo visto isso está longe”, disse. Segundo ela, em virtude das obras, a parada de ônibus perto de seu local de trabalho foi retirada. “Agora, eu preciso andar muito. E como chegou muito cedo, fico com muito medo de ser assaltada”, declarou.

                  A também empregada doméstica Enita da Silva, 35 anos, enfrenta o mesmo problema. “Desde que essas obras começaram a nossa vida está um sufoco. Chego atrasada sempre. Já fiquei parada mais de duas horas no congestionamento”, contou. De acordo com ela, os cidadãos são os principais prejudicados com o atraso. “É uma falta de respeito com a população. Todos os custos para pagar esses projetos vêm do nosso bolso”, desabafou.

                  O pedreiro Jucimar Antunes, 50 anos, compartilha da opinião. “Moro em Luziânia e está cada vez mais difícil chegar ao trabalho”.

                  VLT até hoje não saiu do papel


                  Uma história que parece não ter fim. Com o impressionante investimento previsto de R$ 1,55 bilhão, as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) estão paradas há três anos, após questionamentos judiciais. Desde então, o trânsito na região do Setor Policial Sul e fim na W3 foi desviado provisoriamente para que a obra fosse feita. E enquanto a construção não avança, quem sofre é a população.

                  Agora, a promessa do governo é de retomar o projeto. Serão abertos hoje, às 9h, os envelopes da licitação que escolherá a empresa responsável por construir o viaduto que integra a obra, a R$ 20 milhões. Os trabalhos devem ser retomados em agosto, com conclusão prevista apenas para dezembro de 2015.

                  Razões


                  O especialista em Transporte da Universidade de Brasília (UnB) Paulo César Marques declara que os atrasos podem ter explicação simples e direta: “É muito provável que eles sejam consequência de projetos mal feitos e, consequentemente, mal-sucedidos”, explica. Para ele, o cidadão é quem paga a conta. “Todo recurso que o Estado utiliza vem da população. E se ele precisa ser refeito quem paga é o povo”.

                  Ele lembra que muitas das obras foram justificadas pela realização da Copa do Mundo, mas condena a situação. “Não teremos os benefícios que esperávamos”, declarou.

                  Noroeste sem infraestrutura adequada


                  Considerado um dos bairros mais nobres do Distrito Federal, onde os valores médios dos imóveis giram em torno de R$ 932 mil, o Noroeste vem sendo sinônimo de preocupação para proprietários e pessoas que precisam passar pelo local. Isso porque o bairro, ao contrário do prometido, foi entregue sem infraestrutura adequada. Falta iluminação e manutenção dos serviços básicos, como o recolhimento do lixo.

                  Proprietário de imóvel no bairro, João Felipe Valério, 60 anos, conta que recebeu seu apartamento sem tudo o que foi prometido. “Ainda faltam muitas coisas. A iluminação, por exemplo, é muito precária. Não tem sinalização, o lixo fica acumulado e com isso a segurança fica muito prejudicada”, afirmou. Segundo ele, os proprietários ficam expostos a situações desagradáveis. “No lixo, a gente vê rato passando o tempo todo. A segurança deixa muito a desejar”, exemplificou.

                  De acordo com ele, foi criada uma equipe para tentar buscar uma solução para a situação. “Fizemos uma equipe em parceria com alguns governantes para reivindicar o cumprimento de tudo que foi prometido. Pagamos muito caro por esses apartamentos e o mínimo que esperamos é que cumpram o prometido”, afirmou.

                  O porteiro de um dos prédios do bairro, Gil do Carmo, 25 anos, afirma que voltar para casa após um dia de trabalho é um desafio. “Não tem iluminação e tem muito mato. A gente fica com muito medo de passar por aqui. Além disso, não colocaram parada de ônibus perto. Para chegar até a mais próxima tem que andar muito”, declarou o porteiro.

                  Obra está cheia de erros graves

                  A adequação viária da EPTG era esperada com entusiasmo. Contudo, após a sua conclusão, ainda restam muitos ajustes. Um dos principais problemas é a falta de drenagem das águas em alguns pontos. Quando chove, os motoristas são obrigados a conviver com a lama que invade a pista e provoca congestionamentos.

                  A servidora pública Vanda Maria da Silva, 54 anos, afirma que esperava que a obra fosse entregue somente quando fosse concluída. “O certo seria entregar comtudo pronto. Quando chove, a situação fica caótica. Já vi muitos acidentes em decorrência disso”, explica.

                  O aposentado Benedito Parente, 64 anos, compartilha da mesma opinião. “Dá revolta saber que gastaram tanto e entregaram a via nesse estado para a população. Além dos problemas de estrutura, ela é mal planejada”, declarou.

                  Em abril deste ano, o Tribunal de Contas do DF identificou erros graves na execução de obras e serviços da Linha Verde, que engloba toda a adequação viária da EPTG.

                  Para o corpo técnico do Tribunal, os defeitos encontrados nas vias podem ser atribuídos à má execução do pavimento, à não conformidade dos materiais aplicados e ao acúmulo de águas pluviais, decorrentes de ineficiência/insuficiência da drenagem pluvial no trecho. Essa última, inclusive, compromete a integridade do escoramento de barrancos. Além disso, o acúmulo de água na pista de rolamento aumenta o risco de acidentes e reduz a vida útil do pavimento.

                  O corpo técnico também verificou outras irregularidades: sinalizações horizontal e vertical são precárias e estão em desacordo com as normas pertinentes, paradas de ônibus e estações de transferência inacabadas, inexistência de um sistema de contenção dos aterros, feito mediante plantio de grama.

                  Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br

                  «
                  Next
                  Brasil pode recuperar mais US$ 2,1 milhões desviados pelo juiz Nicolau
                  »
                  Previous
                  Mesa já tem número para decidir caso de distritais
                  Pages 22123456 »

                  Nenhum comentário:

                  Leave a Reply