Os constantes apagões registrados no ano passado levaram os consumidores a reclamarem mais dos serviços da Companhia Energética de Brasília (CEB). Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o total de queixas cresceu 31,12% em 2011 em comparação com 2010. No período analisado, 1.091 pessoas procuraram o órgão regulador porque o atendimento da distribuidora local não foi satisfatório. Em 2010, 832 usuários pediram providências à Aneel por conta da interrupção do serviço prestado pela CEB.
Das 31 regiões administrativas do Distrito Federal, cinco são mais afetadas pelos apagões: Taguatinga, Lago Norte, Asa Norte, Águas Claras e Ceilândia. Segundo levantamento da Aneel, somente nos primeiros dias deste ano, os moradores de Taguatinga ficaram, pelo menos, 3,35 horas, em média, sem o fornecimento de energia. Em Águas Claras, esse índice foi de 3,11. Ceilândia Norte e Sul vêm na sequência, com 3,03 (veja quadro).
Um dos motivos pelos quais os moradores dessas localidades ficam tanto tempo sem energia é o crescimento da demanda, desproporcional aos investimentos em distribuição de eletricidade ao longo dos anos. Para se ter ideia, em Ceilândia, um dos transformadores que deveria trabalhar com 50% da capacidade, para ter uma folga em caso de problema técnico, está operando com 107%, ou seja, ultrapassando o limite do equipamento e a cota de segurança. Em Águas Claras, esse índice já excedeu 41% em um dos equipamentos. Em Taguatinga, 33% da capacidade-padrão foram extrapolados.
Morador da QNM 38, de Taguatinga Norte, o vendedor Luciano Germano Raimundo, 44 anos, garante que os apagões na sua quadra são frequentes. Ele se mudou em dezembro do ano passado para o local e, desde então, contabilizou mais de cinco apagões, que começam geralmente às 18h e terminam depois das 23h. “Aprendemos a jantar à luz de velas”, comentou. Indignado, o filho de Luciano, o estudante universitário Lucas Alves, 20 anos, procurou saber dos vizinhos se as reclamações eram recorrentes e a resposta foi positiva, o que o desanimou. “Ligo na CEB e eles (os técnicos) sempre demoram de duas a cinco horas para resolver. Cada hora, alegam problemas diferentes”, desabafa.
Aparelhos queimados
Por sorte, Luciano nunca teve nenhum equipamento queimado. Mas não é sempre o que acontece. O técnico em eletrônica Samuel dos Reis, que trabalha na QI 29 do Lago Sul, diz que é comum clientes chegarem com aparelhos eletrônicos danificados por conta dos picos de energia no bairro nobre da capital do país. “O problema é que, ao mesmo tempo que chegam pessoas com aparelhos queimados por conta do apagão, não consigo consertá-los porque aqui também vive sem energia”, conta.
A veterinária Rafaela Magrini, 26 anos, que trabalha na mesma quadra, diz que na semana passada foram dois apagões — um que durou seis horas e outro, duas. Com medo de perder as vacinas dos animais, que custam em média R$ 55, ela colocou gelo dentro do refrigerador que conserva os medicamentos. “Graças a Deus, não perdi nada. Mas é difícil trabalhar desse jeito”, ressaltou.
Como reclamar
O cliente deve ser restituído por eventuais prejuízos causados por falhas no fornecimento de energia elétrica. A legislação regulamenta apenas a indenização por danos em aparelhos elétricos. Perdas de mantimentos ou de renda devem ser questionadas na Justiça. O prazo para registrar pedido de reparação na empresa é de 90 dias corridos a contar da data da ocorrência. A distribuidora tem 15 dias para se posicionar a partir do pleito ou da realização da vistoria (que deve ser feita em até 10 dias, mas é opcional).
No limite
Águas Claras
Duração média individual de interrupções: 3,11 horas
A cidade tem dois transformadores que deveriam estar operando com 50% da capacidade.
Um está funcionando com 91% e outro com 72%.
Brasília Norte
Duração média individual de interrupções: 2,60 horas
A cidade tem quatro transformadores que deveriam operar com 65% da capacidade.
Os transformadores estão funcionando com 83%, 73%, 74% e 78%.
Ceilândia Norte
Duração média individual de interrupções: 3,03 horas
A cidade conta com dois transformadores que deveriam estar operando com 50% da capacidade.
Os transformadores operam com 107% e 76% de capacidade.
Taguatinga
Duração média individual de interrupções: 3,37 horas
A cidade possui dois transformadores que deveriam operar com 50% da capacidade.
Os dois transformadores estão funcionando com 83% e 82% de capacidade.
Fonte: Aneel e CEB, com dados referentes a 2012
Das 31 regiões administrativas do Distrito Federal, cinco são mais afetadas pelos apagões: Taguatinga, Lago Norte, Asa Norte, Águas Claras e Ceilândia. Segundo levantamento da Aneel, somente nos primeiros dias deste ano, os moradores de Taguatinga ficaram, pelo menos, 3,35 horas, em média, sem o fornecimento de energia. Em Águas Claras, esse índice foi de 3,11. Ceilândia Norte e Sul vêm na sequência, com 3,03 (veja quadro).
Um dos motivos pelos quais os moradores dessas localidades ficam tanto tempo sem energia é o crescimento da demanda, desproporcional aos investimentos em distribuição de eletricidade ao longo dos anos. Para se ter ideia, em Ceilândia, um dos transformadores que deveria trabalhar com 50% da capacidade, para ter uma folga em caso de problema técnico, está operando com 107%, ou seja, ultrapassando o limite do equipamento e a cota de segurança. Em Águas Claras, esse índice já excedeu 41% em um dos equipamentos. Em Taguatinga, 33% da capacidade-padrão foram extrapolados.
Morador da QNM 38, de Taguatinga Norte, o vendedor Luciano Germano Raimundo, 44 anos, garante que os apagões na sua quadra são frequentes. Ele se mudou em dezembro do ano passado para o local e, desde então, contabilizou mais de cinco apagões, que começam geralmente às 18h e terminam depois das 23h. “Aprendemos a jantar à luz de velas”, comentou. Indignado, o filho de Luciano, o estudante universitário Lucas Alves, 20 anos, procurou saber dos vizinhos se as reclamações eram recorrentes e a resposta foi positiva, o que o desanimou. “Ligo na CEB e eles (os técnicos) sempre demoram de duas a cinco horas para resolver. Cada hora, alegam problemas diferentes”, desabafa.
Aparelhos queimados
Por sorte, Luciano nunca teve nenhum equipamento queimado. Mas não é sempre o que acontece. O técnico em eletrônica Samuel dos Reis, que trabalha na QI 29 do Lago Sul, diz que é comum clientes chegarem com aparelhos eletrônicos danificados por conta dos picos de energia no bairro nobre da capital do país. “O problema é que, ao mesmo tempo que chegam pessoas com aparelhos queimados por conta do apagão, não consigo consertá-los porque aqui também vive sem energia”, conta.
A veterinária Rafaela Magrini, 26 anos, que trabalha na mesma quadra, diz que na semana passada foram dois apagões — um que durou seis horas e outro, duas. Com medo de perder as vacinas dos animais, que custam em média R$ 55, ela colocou gelo dentro do refrigerador que conserva os medicamentos. “Graças a Deus, não perdi nada. Mas é difícil trabalhar desse jeito”, ressaltou.
Como reclamar
O cliente deve ser restituído por eventuais prejuízos causados por falhas no fornecimento de energia elétrica. A legislação regulamenta apenas a indenização por danos em aparelhos elétricos. Perdas de mantimentos ou de renda devem ser questionadas na Justiça. O prazo para registrar pedido de reparação na empresa é de 90 dias corridos a contar da data da ocorrência. A distribuidora tem 15 dias para se posicionar a partir do pleito ou da realização da vistoria (que deve ser feita em até 10 dias, mas é opcional).
No limite
Águas Claras
Duração média individual de interrupções: 3,11 horas
A cidade tem dois transformadores que deveriam estar operando com 50% da capacidade.
Um está funcionando com 91% e outro com 72%.
Brasília Norte
Duração média individual de interrupções: 2,60 horas
A cidade tem quatro transformadores que deveriam operar com 65% da capacidade.
Os transformadores estão funcionando com 83%, 73%, 74% e 78%.
Ceilândia Norte
Duração média individual de interrupções: 3,03 horas
A cidade conta com dois transformadores que deveriam estar operando com 50% da capacidade.
Os transformadores operam com 107% e 76% de capacidade.
Taguatinga
Duração média individual de interrupções: 3,37 horas
A cidade possui dois transformadores que deveriam operar com 50% da capacidade.
Os dois transformadores estão funcionando com 83% e 82% de capacidade.
Fonte: Aneel e CEB, com dados referentes a 2012
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