Morre menina baleada ao defender o pai em Goiás

Jovem foi atingida na cabeça e na perna durante uma briga entre seu pai e o dono de uma pizzaria

Foto: Reprodução/ TV Anhanguera

Kerolly Alves Lopes, 11 anos, tentou proteger o pai

Folhapress

A menina de 11 anos baleada ao defender o pai em uma briga em Aparecida de Goiânia (GO) teve morte cerebral confirmada pelos médicos na noite de domingo (5). A informação só foi divulgada pelo Hospital de Urgências de Goiânia na manhã de hoje.

A garota estava internada em estado gravíssimo desde o dia 27. A menina estava na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), respirava com ajuda de aparelhos e tinha a pressão arterial controlada por medicamentos.

A jovem foi atingida por tiros na cabeça e na perna durante uma briga entre seu pai e o dono de uma pizzaria. Uma das balas, de acordo com a unidade de saúde, atravessou o cérebro da garota. Segundo o hospital, a série de procedimentos estabelecidos pelo Ministério da Saúde que compõe protocolo de morte cerebral começou a ser feita na tarde de quinta-feira. Os exames foram repetidos três vezes.

A unidade de saúde informou que a Central de Transplantes de Goiás foi acionada para verificar a possibilidade de doação dos órgãos da jovem. A família ainda não se posicionou sobre o assunto.

George Araújo de Souza, 24, dono da pizzaria onde aconteceu o crime, é apontado pela Polícia Civil como autor dos disparos. Ele teria se envolvido em uma discussão com o pai da menina por causa da demora na entrega de uma pizza.

A briga foi flagrada por câmeras de segurança do estabelecimento. As imagens mostram Souza armado pedindo que o pai da garota deixasse a pizzaria. Do lado de fora, as duas filhas, de 11 e 14 anos, aparecem puxando o pai e tentando convencê-lo a deixar o local.

Imagens mostram dono de pizzaria armado e pedindo que o pai da garota deixasse o local

Souza é considerado foragido. A Justiça de Goiás determinou a prisão temporária do dono da pizzaria na última terça-feira. Ele chegou a se apresentar espontaneamente no 4º Distrito Policial, alegando legítima defesa, mas não foi preso.

O juiz Leonardo Fleury Curado Dias, da 4ª Vara Criminal de Aparecida de Goiânia, informou que pediu a prisão de Souza porque ele não apresentou a arma supostamente usada no crime e não foi encontrado pela polícia para prestar novos esclarecimentos. Ele continua foragido.
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