Homem de 21 anos caiu em buraco de 40 m de profundidade no domingo.
Ele bebeu água da chuva e teve ferimentos em uma perna e no braço.
Ele bebeu água da chuva e teve ferimentos em uma perna e no braço.
Jovem é resgatado de cratera na cidade de Planaltina de Goiás na manhã desta quarta-feira (16) (Foto: Divulgação)
Um jovem de 21 anos foi resgatado na manhã desta quarta-feira (16) de uma cratera de cerca de 40 metros de profundidade na cidade de Planaltina de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, após passar três dias no buraco. Segundo os bombeiros, o jovem caiu no buraco no último domingo (13) e chegou a beber água da chuva para não morrer desitratado.Sequência mostra resgate a jovem que caiu em
cratera em Planaltina de Goiás (Foto: Divulgação)
O carroceiro Josenildo Gomes diz que ouviu pedidos de "socorro" nesta segunda pela manhã e chamou os bombeiros. "Moro aqui do lado da cratera e umas amigas me chamaram para pedir ajuda [em outra coisa]. Enquanto conversávamos, ouvi uns pedidos de socorro. Fui a um pé de manga que tem ali perto e vi o homem. Perguntei a ele o que tinha acontecido e ele me pediu para chamar os bombeiros", disse o vizinho.cratera em Planaltina de Goiás (Foto: Divulgação)
O tenente Marcos Miranda, responsável pelo resgate, afirma que a maior dificuldade ´para tirar o jovem da cratera foi o alto risco de desabamento. "O homem falou para a gente que queria saltar o buraco. Nós tivemos de apoiar os equipamentos para o rapel em um lugar seguro por causa do risco de aquela terra desabar mais ainda", afirmou
O Corpo de Bombeiros informou que ele estava consciente, mas com ferimentos no braço direito e na perna direita. A vítima foi levada a um hospital da região e não corre risco de morte. O rapaz foi retirado da cratera por meio de uma forma improvisada de rapel. Segundo o tenente Juliano Borges, do Corpo de Bombeiros, a vítima tem problemas psíquicos.
Segundo a irmã do rapaz, Roseli Nascimento, a família estava "desesperada" com o sumiço do rapaz, porque o pai deles morreu em uma queda na mesma cratera. "Ele caiu lá e morreu. Vai completar seis anos agora. Meu irmão está com muita dor no braço e vai precisar fazer uma cirurgia. Ninguém sabia onde ele estava e procuramos os bombeiros, que nos ajudaram", disse.
Roseli afirma que chegou a procurar a Polícia Militar da cidade, que teria se recusado a registrar boletim de ocorrência. "Nós fomos a uma delegacia e os agentes nos disseram que não podiam fazer nada, que só iam registrar ocorrências graves", completou.
William Nascimento se recupera dos ferimentos
no hospital (Foto: Filipe Matoso/G1)
Na tarde desta quinta após receber atendimento médico Willian Pereira Nascimento contou para a reportagem do G1 que pensou que não sairia vivo da cratera.no hospital (Foto: Filipe Matoso/G1)
"Saí no domingo à noite para passear, não vi o buraco e caí. Eu bebia água que tinha por lá, da chuva, a que tinha mesmo. Passei muito frio e não tinha nada para comer. Eu pensava que ia morrer. Eu rezei muito para passar alguém e me ouvir gritando socorro. Comecei a gritar e quando os bombeiros apareceram eu senti que tinha nascido de novo. Senti muita alegria."
Cratera
A cratera de Planaltina de Goiás é, na verdade, uma voçoroca, que tem a extensão de 1,5 quilômetro e profundidade em alguns trechos que chegam a 60 metros. O problema existe há mais de 20 anos. A cada temporada de chuva, a cratera avança mais.
O buraco começou quando a rede de águas pluviais foi canalizada para o local. Com isso, uma rua inteira de um bairro foi engolida pela erosão. Um hospital da cidade também está ameaçado. Mais de 90 moradores na área de risco já foram obrigados a deixar as casas. Cerca de 15 famílias recebem auxílio da prefeitura para pagar o aluguel.
Alguns moradores que vivem perto da cratera reclamam da falta de segurança no local. "Isso aqui é muito perigoso. Entra ano, sai ano e o perigo continua. São mais de 20 anos com esse problema", disse Valdecir Xavier da Guia.
A dona de casa Edileuda Barbosa da Silva afirma que tem uma residência ao lado da cratera há 23 anos. "Eu e meu marido fomos tirados de lá pela Defesa Civil por causa do risco. Agora, eu pergunto, qual ajuda essas 17 famílias recebem? A ação social dá todo mês R$ 300, mas os aluguéis aqui na cidade estão todos acima de R$ 400", diz Edileuda.
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