Empresário, hoje com 88 anos, foi preso em campos de concentração nazistas e transformou-se em ícone da classe C no Brasil
Nascido no dia 15 de novembro de 1923, na Polônia, Samuel Klein foi testemunha de um dos capítulos mais cruéis da história da humanidade, o genocídio de judeus pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Sua história de superação está entre as mais marcantes trajetórias dos grupos empresariais brasileiros e a empresa fundada por ele, a Casas Bahia, transformou-se em ícone na comercialização de produtos para as classes de baixo poder aquisitivo.
Samuel já vendia para classe C quando grande parte das empresas desprezava esses consumidores, hoje cobiçados por todos os setores.
Preso em Auschwitz em 1944, Samuel reencontrou mais tarde em Munique, na Alemanha, seu pai e seus irmãos que conseguiram sobreviver à guerra. Com sua mulher, Ana, Samuel decidiu arriscar a sorte na América do Sul, enquanto outros irmãos emigraram para os Estados Unidos.
O empresário, que pouco pôde estudar durante a infância e juventude, fundou a Casas Bahia em 1952 em São Caetano do Sul, na região do ABC, em São Paulo. A empresa transformou-se em uma potência do varejo, especialmente após os anos da estabilização econômica, em 1994, e a ascensão da classe C durante a era Lula, que também surgiu no ABC, como líder sindical. Antes de fundar a Casas Bahia, Samuel vendia artigos para os operários que trabalhavam nas indústrias da região de charrete.
Mão de ferro
Enquanto esteve à frente da Casas Bahia, Samuel era considerado um gestor centralizador e costumava dizer que não queria sócios. A fusão com da Casas Bahia com o Ponto Frio, do Grupo Pão de Açúcar, foi liderada em 2010 por seu filho mais velho, Michael, a quem ele já havia nomeado como seu sucessor. Saul Klein, outro filho de Samuel e que também desempenhou um importante papel na gestão da varejista, decidiu sair do capital da empresa antes de concretizada a fusão da Casas Bahia com o Ponto Frio.
Na época, a fusão foi vista como mais uma “tacada de mestre” de Abilio Diniz, herdeiro e líder do Grupo Pão de Açúcar, que conseguiu convencer um dos seus mais antigos concorrentes a fechar um negócio considerado até então pouco provável.
Na época, a fusão foi vista como mais uma “tacada de mestre” de Abilio Diniz, herdeiro e líder do Grupo Pão de Açúcar, que conseguiu convencer um dos seus mais antigos concorrentes a fechar um negócio considerado até então pouco provável.
Fonte: Portal IG/Blog do Secretário Ricardo Quirino
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