PT dá golpe duro nos pobres da Estrutural

Socorro Torquato, nomeada por Agnelo Queiroz, fura fila da casa própria e inclui 30 amigos
A cidade Estrutural reúne uma grande parcela da população abaixo da linha da pobreza do Distrito Federal. Mas ser pobre não é pecado. Os moradores do local se vestem de dignidade, lutam por uma vida melhor, trabalham, dividem o pão quando o vizinho não tem e juntam forças para que o amanhã seja menos doloroso.
Sem casa própria, eles vislumbram um teto por meio de programas do governo. Até que o "jeitinho" do PT para beneficiar os amigos destrói sonhos acalentados por muitos anos. É isso o que acontece hoje na Estrutural.
O golpe contra os pobres é patrocinado pela administradora regional Maria do Socorro Torquato. Ela é esposa do presidente regional do PT Roberto Policarpo, suplente de deputado federal no exercício do mandato. Foi nomeada para a "prefeitura" daquela Região Administrativa pelo governador Agnelo Queiroz.
Segundo denuncia o jornalista Edson Sombra em seu blog, a farra dos lotes ganha força no Distrito Federal. No caso específico da Estrutural, pessoas ligadas à administradora Socorro Torquato furaram a fila para se beneficiarem dos programas de casas populares.
Ao menos 30 filiados do PT tiveram seus nomes publicados no Diário Oficial, convocados pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal, para receberem suas casas em detrimento de quem está na fila há mais tempo. É gente que recebeu lote em outras épocas, vendeu e quer mais.
A portaria de convocação, publicada no Diário Oficial do dia 27 de junho, é assinada pelo presidente da Codhab-DF Edson Machado Monteiro. Ele é da facção do deputado federal Geraldo Magela, secretário da Habitação que se licenciou para ocupar o cargo no governo Agnelo Queiroz. A cadeira dele na Câmara está sendo ocupada por Roberto Policarpo.
Inconformada com o golpe, a Prefeitura Comunitária da Estrutural denunciou a manobra ao Ministério Público. O documento também é assinado pelo Conselho das Entidades da Cidade Estrutural e pelo Movimento Avança Estrutural. Cópias da denúncia foram protocoladas na Delegacia de Crimes contra o Patrimônio (Decap) e nas secretarias de Governo, de Transparência e na de Habitação.