Por : Renato Souza
A morte do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, de 49 anos, da TV Bandeirantes, nesta segunda-feira (10), revela a gravidade da crise em que o País pode mergulhar. É hora dos governantes perceberem que a população cansou de tanta corrupção, problemas na saúde, educação, segurança e demais serviços públicos. Um inocente que deu a vida para levar informação e contar para o Brasil o que acontecia no Rio de Janeiro. Durante metade do ano passado, uma batalhão de profissionais de imprensa arriscaram a vida para relatar os protestos que ocorreram em todos os estados. O jornalismo é baseado na proteção aos direitos humanos, o que significa denunciar abusos e agressões, sejam eles por parte da polícia ou de manifestantes. Profissionais que lutam para levar a verdade e informar o cidadão viraram álvos da polícia e de manifestantes. Pessoas que confundem o trabalhador com a empresa que ele trabalha. Milhões de pessoas trabalham em empresas acusadas de corrupção, que exploram seus trabalhadores, que crescem por meio do prejuízo a saúde das pessoas. Mas essas pessoas não podem ser julgadas pelo que a direção da empresa faz ou por suas políticas. Mas para muitas pessoas o jornalista, um trabalhador é responsável pela política de toda uma empresa. É necessário que as empresas se atentem para a proteção desses profissionais durante os protestos. Que invistam em equipamentos de segurança (capacetes, coletes e demais equipamentos de segurança). Profissionais que ao contrário do que muitos pensam, ganham um salário baixo para enfrentar o perigo das ruas. Estou no ínicio de carreira, mas já senti as dificuldades que a imprensa enfrenta para atuar no Brasil. Quando uma vida é perdida a situação chega no límite. Os jornalistas do País precisam se unir para pedir respeito a categoria. Exigir que parem as agressões policiais durante as coberturas e exigir medidas mais duras para combater agressões e abuso contra qualquer cidadão. O Santiago morreu no Rio de Janeiro, mas jornalistas estão expostos a violência em todo o Brasil. A informação é um direito público, dever dos jornalistas e fundamental para a sociedade. O jornalista não está ali para agredir manifestantes ou impedir o trabalho da polícia. Está apenas para relatar a verdade, seja ela qual for. Se foi um pai de família que durante décadas levou informação para a cada de milhões de brasileiros. Que a morte do colega da Band sirva de alerta para que mudanças ocorram e a imprensa livre ainda tenha espaço em nosso país.
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