Por José Antonio Lima
Freire em sessão da Câmara. O PPS apoiou a eleição de Lula, mas em 2004 deixou o governo e, desde então, se alinhou com a oposição nas críticas ao PT. Foto: Gustavo Lima / Agência Câmara.
Em artigo, presidente do PPS afirma que candidatura Campos é "alinhamento de forças democráticas de esquerda."
Símbolo da esquerda na América Latina, o PT foi por muito tempo o aglutinador das forças esquerdistas na política brasileira e, desta forma, chegou ao Palácio do Planalto, em 2003. A permanência no poder, entretanto, criou tensões e diversas dificuldades para o partido continuar ostentando (mais entre a militância e menos na mídia) o rótulo de líder da esquerda. Nas eleições presidenciais de outubro, essa é mais uma bandeira petista que pode ser questionada. ...
Um indicativo deste desafio surgiu na sexta-feira 7, em artigo publicado pelo deputado federal Roberto Freire (SP), presidente do PPS, no jornal Brasil Econômico. No texto, Freire afirma que a candidatura ao Planalto do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), representa um "alinhamento das forças democráticas de esquerda" e "um reencontro histórico entre os socialistas e o PPS, herdeiro do Partido Comunista Brasileiro (PCB)". Freire afirma, ainda, que ao defender seus integrantes condenados pelo STF no "mensalão", o PT está "cerrando punhos em defesa da corrupção, o que enxovalha um digno gestual das esquerdas em todo o mundo".
O texto de Freire foi referendado por Campos, que o compartilhou no Facebook com seus 294 mil seguidores, mas ao menos por enquanto não é possível saber se o PSB vai reivindicar a bandeira de líder das forças progressistas no Brasil ou fazer disso uma questão eleitoral. É bastante improvável que tal disputa ocorra, ou tenha relevância em outubro, mas ainda assim as declarações de Freire servem para mostrar como a candidatura Campos representa desafios para os três principais concorrentes ao Planalto.
Por um lado, o PT precisará mostrar que, apesar de suas alianças com a bancada ruralista e com partidos meramente fisiológicos, ainda é uma força progressista e capaz de fazer as reformas que o País precisa. Por outro, o PSDB de Aécio Neves terá de batalhar para, após 12 anos na oposição, não ser superado por uma força política que emergiu de dentro do governo, como é o PSB. No meio da disputa estará Campos, cuja missão será justificar o apoio de uma década às administrações do PT e, ao mesmo tempo, se diferenciar dos petistas nos projetos de governo.
Fonte: Revista Capital - 11/02/2014
Freire em sessão da Câmara. O PPS apoiou a eleição de Lula, mas em 2004 deixou o governo e, desde então, se alinhou com a oposição nas críticas ao PT. Foto: Gustavo Lima / Agência Câmara.
Em artigo, presidente do PPS afirma que candidatura Campos é "alinhamento de forças democráticas de esquerda."
Símbolo da esquerda na América Latina, o PT foi por muito tempo o aglutinador das forças esquerdistas na política brasileira e, desta forma, chegou ao Palácio do Planalto, em 2003. A permanência no poder, entretanto, criou tensões e diversas dificuldades para o partido continuar ostentando (mais entre a militância e menos na mídia) o rótulo de líder da esquerda. Nas eleições presidenciais de outubro, essa é mais uma bandeira petista que pode ser questionada. ...
Um indicativo deste desafio surgiu na sexta-feira 7, em artigo publicado pelo deputado federal Roberto Freire (SP), presidente do PPS, no jornal Brasil Econômico. No texto, Freire afirma que a candidatura ao Planalto do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), representa um "alinhamento das forças democráticas de esquerda" e "um reencontro histórico entre os socialistas e o PPS, herdeiro do Partido Comunista Brasileiro (PCB)". Freire afirma, ainda, que ao defender seus integrantes condenados pelo STF no "mensalão", o PT está "cerrando punhos em defesa da corrupção, o que enxovalha um digno gestual das esquerdas em todo o mundo".
O texto de Freire foi referendado por Campos, que o compartilhou no Facebook com seus 294 mil seguidores, mas ao menos por enquanto não é possível saber se o PSB vai reivindicar a bandeira de líder das forças progressistas no Brasil ou fazer disso uma questão eleitoral. É bastante improvável que tal disputa ocorra, ou tenha relevância em outubro, mas ainda assim as declarações de Freire servem para mostrar como a candidatura Campos representa desafios para os três principais concorrentes ao Planalto.
Por um lado, o PT precisará mostrar que, apesar de suas alianças com a bancada ruralista e com partidos meramente fisiológicos, ainda é uma força progressista e capaz de fazer as reformas que o País precisa. Por outro, o PSDB de Aécio Neves terá de batalhar para, após 12 anos na oposição, não ser superado por uma força política que emergiu de dentro do governo, como é o PSB. No meio da disputa estará Campos, cuja missão será justificar o apoio de uma década às administrações do PT e, ao mesmo tempo, se diferenciar dos petistas nos projetos de governo.
Fonte: Revista Capital - 11/02/2014
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