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Morte de Niemeyer completa um ano e obra permanece viva em todo o mundoUma prova de que o gênio nunca será esquecido está em suas obras espalhadas pelo planeta, como a Feira Internacional do Líbano. Em Brasília, uma missa lembrará a data

Túlio Santos



Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba - PR

Há exatamente um ano, Brasília e o Brasil viveram o luto com a perda do homem que materializou o sonho do ex-presidente da República Juscelino Kubitschek. Oscar Niemeyer morreu a 10 dias de completar 105 anos. Hoje, para homenagear o autor das curvas que deram identidade à capital, uma missa será realizada na Igreja Nossa Senhora da Paz, no Rio de Janeiro. As celebrações ao artista dos traços seguem até amanhã, quando haverá outra cerimônia, dessa vez, em um dos monumentos concebidos por ele. A partir das 12h15, uma missa em memória a Niemeyer será celebrada pelo padre George de Albuquerque Tajra na Catedral Metropolitana de Brasília.

Lá, um grupo de alunos da Escola de Choro Raphael Rabello tocará duas músicas — Carinhoso, de Pixinguinha, e Abismo de rosas, de Dilermando Reis — após o culto. O jornalista e escritor Silvestre Gorgulho foi quem organizou a missa em Brasília e convidou os músicos. “Esse dia não poderia passar em branco. Faremos uma coisa simples. Mas minha intenção era que fosse criado um parque no contorno da Torre Digital com o nome dele”, destacou Gorgulho. “Ao Niemeyer partir, foi-se o último cordão umbilical com os artistas criadores de Brasília. Eu acho que, com a ida dele, a sociedade brasiliense deve defender a cidade”, acrescentou. O arquiteto alagoano Carlos Magalhães, 80 anos, que foi companheiro de Niemeyer em vários projetos, afirmou que o legado do amigo será eterno. “Daqui a 2 mil anos, as pessoas ainda o reconhecerão, assim como sua obra.”

O reconhecimento pode ser visto em todo o mundo. Os projetos do mestre resistiram até a guerras, como as que ocorreram no Líbano. Ou quase. Um projeto original do arquiteto mineiro não chegou a ser completo e até mudou de nome. Desenvolvido por Oscar Niemeyer, no início da década de 1960, o nome da obra era Feira Internacional e Permanente do Líbano, em Trípoli. Hoje, o complexo arquitetônico de um milhão de metros quadrados é denominado Feira Internacional Rachid Karami, em homenagem a um político local, oito vezes primeiro ministro.

“O projeto(...) apresentou inicialmente o problema da escolha do local, que deveria ser baseada no estudo urbanístico da região a fim de que ela se integrasse organicamente à vida e à futura expansão desta cidade.” Assim registrou o arquiteto, em outubro de 1962, impossibilitado de construir junto do mar, como preferia, numa das raras menções por escrito ao projeto em Trípoli.

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