O clássico entre Flamengo x São Paulo, ocorrido no último domingo, 18, no Estádio Nacional Mané Garricha, ficou marcado pela violência entre as torcidas organizadas. Um torcedor rubro-negro foi espancado e ficou gravemente ferido pelos são paulinos, que começaram a briga. No local, havia uma equipe de policiais militares, que ficaram de braços cruzados e não fizeram nada para apartar a briga, e somente depois que o rapaz estava já havia desmaiado no chão, os PMs resolveram acalmar os ânimos dos envolvidos. ...
A Secretaria de Saúde (SES) informou que a vítima tem 38 anos e é morador de Sobradinho. Ele está se recuperando de uma cirurgia feita durante a madrugada desta segunda-feira, 19, na mandíbula fraturada, e encontra-se em estado estável, sem correr qualquer risco. O Hospital também ressaltou que os ferimentos no rosto e na testa foram leves e sem gravidade.
Ocorrido: O confronto entre as duas torcidas aconteceu antes mesmo de o jogo começar. Um grupo de são-paulinos, que estava do lado de fora da grade, invadiu o espaço e começou a agredir alguns flamenguistas, que estavam em minoria na ocasião.
Polícia: Questionado pelo Guardian Notícias sobre a falta de espontaneidade dos policiais na hora do ocorrido, a PMDF não quis se manifestar. Já a Polícia Civil afirmou que agiu no rigor da lei, ao enquadrar e indiciar os torcedores por crime de lesão corporal grave, artigo129 do Código Penal, com pena de detenção até cinco anos.
Presos: Três integrantes da torcida organizada do São Paulo foram presos após o ocorrido. De acordo com a 5ª Delegacia de Polícia (DP), a prisão ocorreu logo após o fim da partida. Na delegacia, os torcedores que agrediram a vítima foram identificados como Genildo da Silva, 34 anos, Ricardo Barbosa Alves Maia, 37 anos, e Móises Oliveira Paulino, 48 anos. Todos devem responder à Justiça por lesão corporal grave.
Saiba mais: A agressão dos torcedores também infringiu o Estatuto do Torcedor, já que houve tumulto e incitação à violência, se contrapondo ao clima dos jogos dentro do Mané Garrincha, que tem sido de paz e alegria, o que ocorreu novamente na partida válida pelo Campeonato Brasileiro.
A ação criminosa não condiz com o comportamento das torcidas durante os jogos no Mané Garrincha. Em nove partidas realizadas no estádio, desde a sua inauguração, é a primeira ocorrência desta natureza registrada nos arredores da arena.
As forças que compõem a Secretária de Estado de Segurança Pública do Distrito Federal(SSP) afirmou que não tolera atos dessa natureza e por isso agem de forma preventiva. Antes de cada partida, representantes das torcidas organizadas são chamados a firmar termos de ajustamento de conduta, com a participação da Polícia Militar e do Ministério Público do DF. As regras são claras e pactuadas previamente. Portanto, os responsáveis podem ser responsabilizados caso fique comprovado o descumprimento do acordo.
Análise: Este é mais um caso em que as torcidas organizadas mostram que o espetáculo fica em segundo plano e também que a polícia brasileira não está totalmente preparada para agir em eventos esportivos.
Casos de excessos ou omissão das autoridades não é novidade. No Distrito Federal já houve ocorrências em que a falta de preparo, levou um torcedor da mesma torcida organizada do São Paulo a morte.
Esse caso, que mostrou a falta de ação dos polícias, que tem o dever e direito de proteger a sociedade, nos deixa em dúvida de qual é o dever da corporação. Se é nos proteger, seja em locais de diversão, como em um estádio, ou em casos de maior perigo, a população brasiliense desconhece quem tem o dever de proteger.
Por Nayara Ribeiro
Fonte: Guardian Notícias - 19/08/2013
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