Por Paulão Batista
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O sem-terra Francisco Manoel do Carmo mora em um assentamento próximo a Unaí, cidade mineira distante 160 quilômetros de Brasília. Há dez dias, dois homens foram a sua casa entregar um "mandado de intimação" para que ele comparecesse na data marcada à "Coordenação de Polícia Judiciária e prestasse esclarecimentos" acerca da ocorrência policial n° 305/2011". O sem- terra tentou, sem sucesso, saber do que se tratava. Por telefone, o lavador de carros Edmilson Almeida Lopes recebeu o mesmo "convite". Para quê? "Você está sendo intimado. Não falte, advertiu o "policial" do outro lado da linha. O lavador de carros pensou que era um trote, já que havia acabado de comprar o celular e apenas alguns amigos tinham o novo número. Com o vigilante Paulo Batista dos Santos, a deferência foi ainda menor.
Ao tentar saber por que fora intimado, ele ouviu uma resposta seca do policial: "Quando o senhor comparecer, vai descobrir". Sem saberem do que eram acusados, o sem-terra, o lavador de carros e o vigilante compareceram na data, no horário e no lugar determinados. "Compromissados na forma da lei quanto à obrigação de dizer a verdade", os três foram interrogados durante horas na Câmara dos Deputados Na Câmara dos Deputados?
Francisco, Edmilson e Paulo descobriram durante o interrogatório que são alvo de uma investigação da Polícia Legislativa da Câmara — órgão criado para cuidar da segurança dos parlamentares do patrimônio e da prevenção e apuração de crimes cometidos nas dependências do Congresso. Eles são acusados pelo deputado Roberto Policarpo, do PT, de tentativa de chantagem. O fato teria ocorrido em abril, mas, estranhamente o parlamentar não procurou nenhuma autoridade na ocasião. Assim como não o faria pelos próximos cinco meses. A atitude do deputado mudou somente depois que o sem-terra, o lavador e o vigilante se transformaram em testemunhas de um inquérito que tramita na Polícia Federal e que pode custar-lhe o mandato. Os três trabalharam como cabos eleitorais de Policarpo na campanha do ano passado. No dia da eleição, o sem-terra dirigia um ônibus que levava 39 trabalhadores rurais para votar no petista — o que é proibido por lei. Ele recebeu dinheiro para "transportar e custear os eleitores". Surpreendido pela polícia, o sem-terra negou o crime, afirmando que o ônibus fora alugado por uma igreja evangélica que levava fieis que voltavam de um culto depois da eleição. Salvou, assim, a pele do político, mas não convenceu as autoridades que indiciaram o motorista do ônibus, o sem-terra Francisco Manoel, por crime eleitoral.
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Policarpo, na época era Presidente do Sindjus (Sindicato do Judiciário), as más linguás dizem que a influência de Policarpo era tanta, que somente o sem terra foi condenado, mas Francisco Manoel recorreu e alega que apenas cumpriu ordem de Edmilson, Já Edmilson diz que Policarpo já o teria contratado para a mesma prática em 2006 na campanha do então candidato a Deputado Federal Sigmaringa Seixas, Edmilson agora aguarda o recurso empetrado por Francisco Manoel e alega que não irá mentir pois se tivesse mentindo já estaria preso.
2014 vem aí, e muitas águas irão rolar.
Fonte: http://www.jornaldaestruturaldf.com.br/index.php/lojas/234-as-pernas-curtas-da-mentira-e-do-poder
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