Dona Maria: Um pedacinho da memória afetiva de Brasília.
Dona Maria Santana, ficou encantada e nos deixou!
Nos últimos dias somos tomados por uma saudade imensa desta professora, educadora, pioneira e, conseqüentemente de um tempo, um espaço e um lugar nos invade.
D. Maria era professora de português, mãe da Tininha (amiga querida de mais de 40 anos) Sarinha, Iara, Tereza, Lisa, Nora, Tita e Nando.
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Essa mulher dos pampas sempre foi exemplo, para nós, que tivemos o privilégio de habitar Brasília naqueles anos de pioneirismo e de vizinhança.
Alta, morena, esguia, católica fervorosa, culta, sensata, riso largo, mulherão – esta personagem feminina - D. Maria nos marcou por sua contemporaneidade Sempre tinha um livro para nos indicar leitura, um trajeto para nova viagem de preferência pelas fronteiras do sul, uma boa nova quando a vida não nos facilitava.
Quando mudei para a 305 sul, nos idos dos anos 70; ela já morava com seus filhos no primeiro andar do Bloco C. De imediato passei a freqüentar aquele apto tanto pela amizade com as filhas dela como por ela O cheiro do bife acebolado que ela nos servia jamais será esquecido. Qualquer pessoa da quadra era sempre acolhida..
Mãe cuidadosa, providente, querida, caridosa, sempre abria aquela porta de vidro com um sorriso imenso herdado pelas “meninas dela” (filhas e netas).
Eu gostava da D. Maria que me ensinou gramática; que me ajudou a arranjar empregada quando me casei em 77 e ainda, que me mostrou que a vida é luta compromisso, trajetória, impasses e contradições.
Neste momento, que ela deixa este mundo gostaria de homenagea –la – em nome da geração 305 sul – pelo reconhecimento por esta pioneira da educação em Brasília.
Com certeza certeira D., Maria nos deixa órfãos – porque aquela casa ampla, acolhedora,farta, inclusiva, rica, feminina tem cada vez menos espaço.
E como diz o poeta Mario Quintana “... a saudade que dói mais fundo – e irremediavelmente – é a saudade que temos de nós”
D. Maria pedacinho da minha infância, da minha família, da minha maturidade, dos meus ideais... Obrigada pelos territórios de pertencimentos que você edificou.
Sinto-me meia da família – desta coisa feminina que somente você sabia manejar.
Brasília perde hoje uma candanga – pioneira, professora, mãe exemplar, avó singular, amiga, amiga...
Saudades, saudades, saudades.
Um coração realmente não cabe num só peito!
Tania Montoro
Rede Social
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