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Famílias com parentes mortos acusam médico de negligência

Isa Stacciarini

Quatro denúncias de negligência e outros erros médicos contra o gastroenterologista Sérgio Puttini Machado foram parar no Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT). As famílias dos pacientes que vieram a óbito acusam o profissional pelas mortes dos parentes ocorridas nos anos de 2001, 2009, 2011, e 2012. Além de atuar na clínica Gastrodiagnóstico, dentro de um hospital particular, o especialista também é médico da rede pública de saúde, onde atende como cirurgião geral no Hospital Regional de Ceilândia (HRC).

Os familiares que perderam os parentes no Hospital Anchieta, Hospital Santa Marta e Hospital Alvorada se reuniram com o promotor de Justiça Criminal de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde, Diaulas Ribeiro.

Justiça

Vestindo camisas com homenagem aos parentes, as quatro famílias expressaram um único desejo: o anseio por justiça, e a cassação do registro do médico do cirurgião no Conselho Regional de Medicina (CRM).

O caso mais recente foi o da professora Marlene Medeiros, 45 anos. Ela faleceu no último dia 3 em decorrência de pneumonia, derrame pleural e vazamento de bile. Segundo a sobrinha da vítima, Janaina Medeiros, logo após a cirurgia, ocorrida em novembro, a tia, mesmo sentindo dores pelo corpo, foi liberada pelo médico. Oito dias depois, Marlene Medeiros foi internada e submetida a seis outros procedimentos cirúrgicos e veio a falecer. ”Recebíamos apenas informações banais. Lutamos para que isso não ocorra mais”, disse Janaína.

Em 2001, Cláudio Oliveira, 46 anos, também veio a óbito em razão de sangramento abdominal decorrente de complicações de ato cirúrgico, conforme laudo do Instituto Médico Legal (IML). “Ele saiu do centro cirúrgico, e foi direto para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O doutor Puttini apenas disse que tudo tinha dado errado devido a dois sangramentos”, contou Dilma Oliveira, a viúva.

O médico acusado pelos familiares, Sérgio Puttini, alega que continua atuando e não houve, nos quatro casos, nenhum erro médico. “Tudo de melhor que podia ser feito foi realizado. Não existe nenhuma denúncia no CRM-DF. Para mim tudo isso é muito constrangedor, pois sempre faço o melhor”, disse.

Mãe vai acionar hospital

A família da menina Rafaela Luiza, de um ano e sete meses, morta após receber uma superdosagem de adrenalina, disse que vai entrar com processo na Justiça contra o hospital que atendeu a criança. De acordo com o promotor do Ministério Público do DF, Diaulas Ribeiro, a médica pode responder a processo por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

A Secretaria de Saúde abriu sindicância para apurar a morte do bebê Yasmin Vitória Fernandes, de um mês e sete dias. Ela faleceu após retornar ao Hospital de Planaltina por duas vezes. Esse é o segundo episódio investigado em 24 horas.

Versão oficial

A Secretaria de Saúde (SES-DF) informa que enquanto os familiares não registrarem solicitação de abertura de sindicância na Corregedoria de Saúde, a pasta não tem competência de iniciar um processo administrativo contra o médico, que pode resultar em advertência, e até mesmo demissão.

O órgão informou que o fato de o médico Sérgio Puttini Machado ser irmão da diretora de Atenção à Saúde da CGSC não interfere em nada. Segundo a SES-DF, ambos são concursados. Já o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRMDF) garante que dará o encaminhamento previsto em lei ao referido caso, conforme determina o Código de Processo Ético Profissional. Os processos contra médicos tramitam em absoluto sigilo processual.


Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br

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