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» » A Estrutural não tem estrutura Elias em 2008


 A Estrutural não tem estrutura
Cidade que nasceu em torno do lixão de Brasília não tem asfaklto, faltam rede de água e esgoto e lama e poeira atormentam moradores

Caroline Figueira
Cerca de 8 mil famílias da Estrutural vivem em precárias condições de sanidade em pleno século XXI  

Esgoto a céu aberto, lama ao invés de asfalto, fossas em vez de uma rede de esgoto, água de cisterna para consumo e gambiarras para adquirir luz elétrica. É assim que vive a população da cidade que leva a palavra 'estrutura' somente no nome. Em mais de 20 anos de existência, a Vila Estrutural, nome dado após aprovação da Lei Complementar nº. 715 que legalizou a cidade, 43 mil pessoas vivem sem condições básicas.

O chefe de gabinete da administração da Estrutural, Marcelo Almeida, acredita que este ano muita coisa vai mudar. "O governo está disposto a fazer licença de instalação que autoriza várias obras. O processo para a rede de esgoto já está pronto. Só falta a publicação do edital", garante. Segundo ele, as obras de asfaltamento da cidade não começaram ainda por causa das chuvas.

Marcelo Almeida ainda destaca as obras do anel viário e da drenagem pluvial, já iniciadas. De acordo com o chefe de gabinete, o anel ao redor da cidade facilitará o transporte e demarcará a área da Estrutural, controlando a entrada de novos moradores. O fim do alagamento no local, segundo Almeida, será garantido pela drenagem. Mas diversas pessoas têm opinião contrária à da administração.

Geraldo Francisco, prefeito da quadra 4 desde janeiro, é um exemplo. "Essa conversa das obras é antiga. Eles falam, mas é só isso", revela. Ele diz ainda que obras de asfaltamento e esgoto não têm previsão. E acrescenta. "Esse anel viário entre a Estrutural e o setor de chácaras não beneficia em nada os moradores. Tudo teria que ter começado na parte de dentro da cidade", critica.

Um dos fundadores da cidade, Reginaldo Araújo de Carvalho, tem a mesma opinião. "Temos visto que o negócio é devagar. Essa obra do anel viário beneficia somente os empresários do setor de automóveis, que não terão mais que entrar na Estrutural para chegar à Cidade do Automóvel". Ainda há pessoas que afirmam não existir licitação, nem orçamento para obras de asfaltamento, como o presidente da Associação Comercial, Elias Mendes.

Água e luz: mais 'alguns' problemas

O chefe de gabinete da administração da Estrutural garante que todas as casas já são abastecidas pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). Porém, o presidente da Associação Comercial, afirma que 5% da população ainda utiliza água de cisterna. "A quadra 17 do setor de chácaras e o final da quadra 12 ainda não são abastecidos pela Caesb", garante.

O representante do Conselho de Segurança da cidade, Edmilson Almeida Lopes, diz existir lotes que ainda não são reconhecidos e, por isso, a Caesb não pode fornecer água. "Nos locais onde não há Caesb, as casas se utilizam de poços". Ele revela também que, em lugares onde a Companhia de Saneamento já chegou, acaba ocorrendo a contaminação da água, pois há o contato das fossas com o lençol freático.

Elias Mendes aponta outro problema. O fim do dinheiro no caixa. "Calculo que uns R$ 5 milhões seriam necessários para realizar obras de iluminação. E já foram gastos R$ 19 milhões dos 130 disponibilizados pelo Governo Federal e pelo Banco Mundial. Só fizemos 10% das obras e gastamos demais", finaliza. Apesar do gasto, o presidente afirma que a energia elétrica na estrutural é boa e funciona bem, mas diz que falta uma fiscalização da Companhia Energética de Brasília (CEB).

Marcelo Almeida garante a complementação de energia elétrica nos locais onde ela ainda não existe. "Nas quadras 12, 16 e 17 ainda há gambiarras. Cerca de 3% da população não são abastecidas pela CEB". Reginaldo Araújo diz que em certos lugares a energia cai, demora a voltar e, às vezes, nem volta no mesmo dia. Segundo ele, o transformador em alguns pontos da cidade é ineficiente. "Na quadra 9, por exemplo, cai quase todo dia", diz.

A moradora da quadra 6, Heliene Rodrigues de Melo, afirma que, apesar de ter água fornecida pela Caesb e luz pela CEB, com relação a infra-estrutura, falta tudo na cidade. Segundo ela, o pior é sair para trabalhar e deixar as crianças irem sujas para a escola. "Nossos filhos chegam sujos de lama para assistir aula e o preconceito dos alunos e professores é constante. Acham que são os pais que não têm higiene", finaliza.

 

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