Duas professoras foram vítimas de furto na primeira semana do ano no campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília. Vitória Ferrari, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, e Maria Lúcia Leal, do Departamento de Serviço Social, encontraram seus carros arrombados e sem os pneus reservas após deixarem os veículos estacionados enquanto trabalhavam em suas unidades acadêmicas. Os dois casos ocorreram à luz do dia, no estacionamento da Ala Norte do Instituto Central de Ciências.
Embora o número de ocorrências tenha caído no ano passado em relação a 2010 e os crimes reflitam uma realidade que atinge todo o Plano Piloto, os dois furtos colocaram em alerta o Conselho Comunitário de Segurança da UnB. "Até o final de janeiro, aprovaremos o termo de referência para contratação de empresa especializada para elaborar um plano de segurança para a Universidade", anunciou Carolina Cássia, decana de Assuntos Comunitários e presidente do conselho. "Queremos um plano que atenda a nova realidade da UnB, que cresceu não só no número de alunos e professores, como também em espaço físico", completou.
Além do plano de segurança, a Prefeitura deverá fazer licitação para a compra de mais câmeras de vigilância, segundo Damião de Sousa, coordenador técnico do Centro de Manuntenção de Equipamentos. Atualmente, existem 30 delas espalhadas no campus. Entre os técnicos que conhecem a realidade da UnB, seria necessário multiplicar esse número no mínimo por dez, levando em conta a necessidade de fiscalizar espaços externos e internos.
A compra do sistema em funcionamento, que custou R$ 1,3 milhão, faz parte de uma série de ações que a Universidade vem implantando para diminuir as ocorrências policiais no campus. Hallen Pereira, engenheiro responsável pelo monitoramento das câmeras, defende que o projeto venha acompanhado da poda sistemática das árvores, corrigindo um problema do atual sistema - a coleta de imagens é prejudicada pelas folhas das grandes copas.
ESTEPES - O agente da 2ª Delegacia de Polícia, Wavison Akson, responsável pela ronda na Universidade, alerta que furto de estepes é o crime mais comum no campus Darcy Ribeiro. Das 193 ocorrências registradas ano passado pela Coordenadoria de Proteção ao Patrimônio, órgão da Prefeitura da UnB, 43% foram de furto em interior de veículo, o equivalente a 83 ocorrências.
O número é ainda maior que o anotado pela 2ª DP. Em 2011, o órgão registrou 80 furtos em interior de veículos no Darcy Ribeiro, uma queda de 25% em relação a 2010. A maior parte dos casos ocorreu entre às 9h e 14h, horário em que as duas professoras foram vítimas dos furtos. Vitória Ferrari percebeu que o carro estacionado na entrada no Minhocão havia sido arrombado às 12h50 desta terça-feira ,3. "Tomei um susto. O vidro estava quebrado", conta.
A cena é a mesma descrita por Maria Lúcia Leal, que teve um prejuízo ainda maior. Além do estepe, os ladrões carregaram uma mala cheia de roupas e objetos que a professora levaria em viagem à Espanha. Somando o conserto do vidro, a perda foi de R$ 1,5 mil. O furto aconteceu entre 11h30 e 12h10, na rua paralela aos bambuzais, também na entrada do Minhocão. "Estou indignada. Eu estava trabalhando e, de repente, me vejo totalmente desprotegida", desabafou.
PESSOAL - Dois policiais militares fazem a ronda diária no campus, que conta ainda com 120 vigilantes do quadro e 144 terceirizados, mesma relação funcional de 500 porteiros. O número é considerado insuficiente por Eraldo Vieira, coordenador substituto de segurança da UnB. "São seis milhões de metros quadrados para vigiar. Não tenho gente nem equipamentos para isso", afirma.
É da responsabilidade do vigilante, entre outras coisas, percorrer a área sob sua responsabilidade, escoltar e proteger as autoridades indicadas, além de vigiar a entrada e saída das pessoas ou bens. Aos porteiros cabe fiscalizar, observar, orientar e controlar a entrada e saída de pessoas, materiais e equipamentos. Eles recebem, identificam e encaminham essas pessoas e equipamentos aos seus destinatários, dentro ou fora do horário de funcionamento da FUB.
A Universidade de Brasília não tem poder de força polícial. A equipe de segurança é resonsável pela segurança patrimonial, comforme a artigo 99 do Código Civil, que classifica a instituição na categoria de bem público especial. Já os espaços abertos, como o estacionamento, são bens de uso comum. A segurança desses espaços compete à Polícia Militar. "O papel da equipe que vigia o campus é o de entrar em contato com a polícia quando observa algo errado e não omitir socorro", afirma Eraldo Vieira.
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