Governador aproveita solenidade no Palácio do Buriti para refutar com veemência das acusações e fala em terceiro turno. Vice, secretários e administradores manifestam apoio
Noelle Oliveira_Brasília 247 – O governador Agnelo Queiroz (foto) decidiu partir para o contra-ataque nesta terça-feira. Na semana passada, o chefe do Executivo optou, em suas aparições públicas, por tecer poucos comentários sobre as acusações que envolvem seu nome no esquema de desvio de verbas do Ministério do Esporte. Nesta terça-feira, Agnelo aproveitou um evento para anunciar regularização fundiária, no Palácio do Buriti, para se defender e mostrar que tem o apoio dos secretários, administradores e auxiliares. Antes, 19 deputados distritais divulgaram nota apoiando o governador.
Ao lado do vice Tadeu Filippelli, que é do PMDB, e do deputado federal Roberto Policarpo, presidente do PT-DF, o petista Agnelo discursou para plateia repleta de secretários, como Geraldo Magela (PT), Arlete Sampaio (PT) e Cristiano Araujo (PTB), além de vários administradores regionais e autoridades locais.
A presença do vice-governador vem sendo recorrente nos eventos em que Agnelo busca mostrar a união da base em um momento político conturbado. Apesar de o tom do discurso do governador ter seguido a linha de acusar seus adversários políticos de tentarem forjar um terceiro turno das eleições, como ele já vem fazendo, desta vez Agnelo foi incisivo. “Se eu praticasse um ato daqueles [referindo-se às acusações veiculadas na mídia de desvio de verbas] seria o primeiro a renunciar”, declarou. Ele classificou as denúncias como “nojentas” e “pagas”.
Questionado sobre os diálogos que manteve com João Dias no início do ano passado e sobre o possível pedido que teria feito ao professor Roldão Sales de Lima, então diretor da regional de ensino de Sobradinho – cidade em que atuavam as duas ONGs de João Dias – para ajudar o policial, o governador argumentou: “Querem atrelar uma relação minha de cidadão com alguma coisa que tenha acontecido no futuro de forma errada. Eu não tenho compromisso algum com erro de ninguém e as minhas relações, as pessoas para quem eu liguei, não interferem na minha relação institucional”.
Os presentes demonstraram o apoio ao chefe do Executivo com palmas. “Eu fui gravado em uma coisa normal, mostre eu pedindo alguma coisa na ilegalidade” irritou-se Agnelo diante dos repetidos questionamentos da imprensa. A Secretaria de Comunicação do governo apresentou um documento, de 27 de março de 2006, em que o petista, ainda ministro do Esporte, solicita providências ao secretário nacional de Esporte Educacional para que a Federação Brasiliense de Kung Fu – Febrak, do policial militar João Dias – se pronunciasse sobre possíveis irregularidades denunciadas na época pela imprensa local.
Também foi apresentada certidão expedida pela 10ª Vara da Justiça Federal em que se atesta que Agnelo não é réu na ação movida pelo Ministério Público Federal. É da ação que foram extraídos os diálogos transcritos pelos veículos de comunicação no último fim de semana. “Trata-se de um ataque articulado e pago”, considerou o governador. Secretários do governo preferiram não comentar a situação política de Agnelo.
Questionados sobre a morosidade dos trabalhos após as recentes denúncias envolvendo o chefe do Executivo foram taxativos. “Na minha secretaria nada mudou”, disse um deles. “Não estou aqui para analisar nenhuma situação”, ponderou outro. O governador também fez questão de garantir que a crise não afetou sua gestão: “Nunca parei absolutamente em nada, minha agenda é intensa, essas denúncias não param o governo”.
Agnelo pede explicações em documento
Fonte: Brasília
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