Cartão de crédito de supermercado pode ter juro médio de 568% ao ano

SÃO PAULO - Os cartões de crédito de supermercado podem ter juro médio de 568% ao ano, segundo relatório apresentado pelo deputado Roberto Santiago (PV-SP) sobre a PFC (Proposta de Fiscalização e Controle) 10/03.A proposta, em discussão desde 2003, tem como objetivo saber de que forma o governo federal está controlando a atuação das empresas de cartão de crédito. Para o deputado, o fato de os supermercados estarem fora da esfera de fiscalização do órgão facilita o abuso.“Hoje, os supermercados estão lançando cartão de crédito e não estão sujeitos à fiscalização. Eles vendem a comida, financiam as compras, e os juros custam 568% ao ano nos cartões de crédito de supermercados que não têm a bandeira oficial dos bancos”, observa o parlamentar, conforme publicado pela Agência Câmara.PolêmicaO relatório de Roberto Santiago gerou bastante polêmica e foi aprovado por apenas um voto de diferença, 10 votos a 9.O deputado Vilalba (PRB-PE), autor de um voto em separado sobre o tema, considera que o Poder Executivo já tomou e continua tomando as medidas necessárias para regular o setor de cartões.“Nós não podemos pegar um problema de 2003 e querer trazer para agora, 2011, como se não tivesse acontecido nada. Houve avanços”, argumenta Vilalba.GrupoApesar de, nesses oito anos, os órgãos do Poder Executivo responsáveis pela regulação do setor terem enviado informações à Comissão de Defesa do Consumidor e criado novos limites para as operações de crédito, o deputado Santiago considera que ainda há pendências.Dessa forma, a fim de fiscalizar abusos cometidos pelas operadoras de cartões de crédito, a Comissão de Defesa do Consumidor criou um grupo que também será responsável por analisar as medidas que estão sendo tomadas pelo Banco Central e pelos ministérios da Justiça e da Fazenda.