De O Globo desta segunda-feira (15): Numa tentativa de se manter no cargo até o fim do ano, o governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), que também enfrenta denúncias de envolvimento no escândalo de corrupção, tentará montar um secretariado de notáveis - técnicos com competência reconhecida em todas as áreas - e negociar um arco de alianças políticas. Mas, de forma reservada, o próprio Paulo Octávio admite que, se tiver dificuldade em implantar um governo suprapartidário, não ficará sozinho no meio do tiroteio. Nesse caso, ele já admite renunciar ao cargo.
Para interlocutores, o governador em exercício já avisou que precisa de garantias de que terá carta branca para administrar Brasília. Confirma, inclusive, a intenção de fazer um secretariado com grandes nomes para os próximos dez meses, tentando criar uma agenda positiva que permita condições mínimas de governabilidade.
É neste contexto que o governador afastado, José Roberto Arruda, começou a ser fortemente pressionado a renunciar. Seria uma forma de diminuir o risco de uma intervenção federal no DF. Nesse caso, avaliam os aliados, Arruda teria mais facilidade para conseguir um habeas corpus e sair da prisão. Isso porque, fora do poder, enfraqueceria o argumento da Justiça de que ele usa o cargo para influenciar e obstruir às investigações. Mas Arruda resiste à renúncia, apesar de estar muito abatido.
No domingo, Paulo Octávio classificou como um “golpe à emancipação política de Brasília” a possível intervenção no DF, pedida pela Procuradoria-Geral da República. Na quarta-feira, ele deverá ter um encontro com o presidente Lula.
- Nós temos uma intervenção que está nos ameaçando. Isso pode significar um golpe à emancipação política de Brasília. Então, precisamos ter seriedade no momento - disse.
Paulo Octávio também tenta tomar iniciativas para mostrar que o Distrito Federal já tem nova administração. Ele disse no domingo que vai determinar a revisão dos contratos do GDF com empresas citadas na operação Caixa de Pandora como pagadoras de propinas aos aliados de Arruda.
Em entrevista, o governador em exercício disse que não seria conveniente manter projetos de empresas que não passaram por licitação. Entre as empresas sob investigação da Polícia Federal estão construtoras, consultorias e companhias de informática.
governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM)

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