Os responsáveis pelas páginas que fazem apologia ao crime no Facebook podem responder também por ato infracional de injúria e difamação. Isso porque, segundo a polícia, um dos links, intitulado Palhaço do Crime 157 – número do artigo que trata do roubo seguido de morte –, é considerado uma ofensa aos policiais e ao trabalho da corporação. O “palhaço”, no caso, seriam os profissionais da segurança pública. O caso ganhou repercussão a partir de matérias do Jornal de Brasília, revelando a existência da página Escola do Crime 121.
O rapaz de 16 anos, supostamente o responsável pela página, vai responder pelo procedimento ao ato infracional de apologia ao crime. A apreensão do menor pode acontecer por até três anos. Outros envolvidos, todos adolescentes, também estão sendo alvo de investigação por parte da II Delegacia da Criança e do Adolescente (II DCA).
O delegado Amado Pereira ressalta que a maioria dos menores que fazem parte do público dessas páginas acredita que a polícia não fará nada a respeito. Por outro lado, sabem das possíveis consequências. “Por isso, algumas fotos de teor mais agressivo são excluídas. Essas postagens configuram uma forma de exposição ao crime”, diz.
Mudança
Embora a página Escola do Crime 121 – número do artigo que se refere a homicídio – agora traga informações argumentando que o link não trata do incentivo ao crime, o delegado garante que a partir do momento em que se divulgam imagens ou mensagens sobre o uso de droga, posse ou porte de armas e produtos oriundos de roubo, a atitude condiz com apologia.
“Esses perfis não têm teor cultural nem publicam informações de cunho social. O discurso deles é uma forma de defesa”, explica Pereira. Segundo o delegado, a apologia se configura até mesmo em uma foto de criança. “A partir do momento em que eles divulgam uma imagem de uma criança com arma isso já é apologia ao crime”.
Família não impede ação
Uma nova página foi criada. Dessa vez o título Escola do Crime 157 mistura características das duas outras já existentes. Entretanto, ainda não se sabe se o novo link faz parte do mesmo grupo de adolescentes. Porém, a página atual reúne menores de idade também moradores do Distrito Federal.
Segundo a polícia, nem mesmo a mãe ou demais integrantes da família conseguem impedir que os adolescentes continuem a cometer ato infracional pelas redes sociais.
Sem controle
É o caso do menor de idade que se intitula como responsável pelas páginas Escola do Crime 121 e Palhaço do Mal 157. Franzino, o menino carrega no rosto as marcas ainda da pré-adolescência: poucas penugens de barba começam a aparecer. No entanto, a mentalidade já é de gente grande.
O adolescente, de 16 anos, faz parte de uma família humilde. A mãe trabalha como empregada doméstica. Durante todo o dia ela não fica em casa e não tem a oportunidade de acompanhar as atitudes dos filhos. “Ela se mostra uma mulher trabalhadora e passa o dia fora. Não consegue coibir a atitude do filho na internet”, explica o delegado-chefe da II Delegacia da Criança e do Adolescente (II DCA), Amado Pereira. A irmã do garoto que aparenta também ser menor de idade já é mãe de uma menina.
Segundo o delegado, em alguns casos os adolescentes não têm proporção do que pode acontecer com algum tipo de conduta postada na internet, principalmente em redes sociais. Até ontem à noite a página Escola do Crime 121 contava com mais de 10,2 mil curtidas.
Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br
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