Camila Campanerut
Do UOL, em Brasília
A ex-ministra do Meio Ambiente e fundadora do partido Rede Sustentabilidade Marina Silva se reuniu com um grupo de parlamentares na tarde desta terça-feira (23) para pedir ajuda na derruba ou na alteração do projeto de lei que dificulta a criação de novos partidos.
"Estamos buscando unir todos aqueles contrários ao casuísmo para que, no Senado, possamos corrigir o erro cometido na Câmara dos Deputados. Vários senadores não estão em conformidade com esta proposta", afirmou Marina Silva. Ela tenta criar a nova sigla para viabilizar a sua candidatura à Presidência em 2014.
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Entre os parlamentares contrários ao projeto, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-RJ) foi o primeiro a se comprometer com o grupo.
Desde a semana passada, ele anunciou que, se não conseguisse mudar a proposta no Senado, iria recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal). Rollemberg é do PSB, partido do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, cotado para ser candidato a presidente em 2014.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato em 2014, também é contrário à proposta.
O projeto impede a transferência do tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão e dos recursos do Fundo Partidário relativos aos deputados que trocam de partido durante a legislatura. A votação de emendas e destaques ao projeto foi concluída hoje.
A aprovação prejudicará a Rede Sustentabilidade, sigla recém-criada por Marina Silva (ex-PT e ex-PV) e o MD (novo partido criado na semana passada a partir da fusão do PPS e do PMN). A legenda do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, o PSD, não sofreria com as mudanças.
"Vamos reagir para que a população brasileira não seja cerceada de opções do nível de Marina Silva e Eduardo Campos e outras opções que possam surgir legitimamente. Não aceitamos o casuísmo do governo federal, o rolo compressor do governo", justificou o senador Aécio Neves.
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O senador petista Eduardo Suplicy (centro) com as ex-senadoras Marina Silva (à esquerda) e Heloísa Helena (PSOL) no evento de lançamento das bases para o novo partido de Marina. O deputado federal tucano Walter Feldman (o primeiro à esquerda), aliado de José Serra, também prestigiou o evento Leia mais Roberto Jayme/UOL
O texto-base da proposta foi aprovado no plenário da Câmara na semana passada. Entre as emendas está uma que estabelece que as mudanças só entrarão em vigor em 2015, o que não prejudicaria nenhum dos novos partidos que pretendem disputar as urnas em 2014 com a presidente petista Dilma Rousseff. Esta emenda foi rejeitada.
O encontro dos presidenciáveis ocorreu no gabinete do senador Pedro Simon (PMDB-RS) com a presença do deputado federal e presidente do recém-criado MD, Roberto Freire (SP), que poderá apoiar Marina Silva ou Eduardo Campos no próximo pleito.
Rollemberg defende que o projeto é inconstitucional e inclui na mesma legislatura duas regras diferentes.
"Eu analiso [o projeto] como um golpe de abril, uma tentativa de impedir a livre organização partidária de atores importantes no processo político-eleitoral", disse o senador.
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25.mar.2013 - Em seu primeiro evento público ao lado do governador Eduardo Campos (PSB) após o nome de Campos ganhar força como possível candidato à Presidência em 2014, a presidente Dilma Rousseff (PT) cobrou união da base aliada. "Nenhuma força política sozinha é capaz de dirigir um país dessa complexidade. Precisamos de parceiros, precisamos que esses parceiros sejam comprometidos com esse caminho", disse Dilma no evento em Serra Talhada (PE) Leia mais
Roberto Stuckert Filho/Presidência/Arte/UOL
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