OPOSIÇÃO ATACA AGNELO
O tucano Fernando Francischini apresentou requerimento para que governador seja ouvido na Câmara. Já o senador Demóstenes Torres quer que o DEM peça o impeachment. Advogado diz que não vai permitir carnavalização do tema
Noelle Oliveira_Brasília 247 – Com a saída de cena do ex-ministro Orlando Silva, a oposição no Congresso Nacional está agora mirando no governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que é do PT. Nesta segunda-feira (31), o deputado federal Fernando Francischini (PSDB-PR) apresentou requerimento para que Agnelo seja ouvido em audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.
O deputado alega que é preciso esclarecer as denúncias sobre a suposta atuação de Agnelo Queiroz em desvios de recursos e em irregularidades nos repasses de verbas a ONGs quando foi ministro do Esporte, no governo de Lula. Entre as acusações contra Agnelo, está a suspeita de que teria ajudado o soldado João Dias a fraudar provas para se defender das denúncias de desvio de recursos do ministério. “As informações demonstram a necessidade de se apurar os graves desvios de verbas públicas federais e seu destino”, argumenta Francischini. O pedido do deputado deve ser apreciado pela comissão na terça-feira da próxima semana. Caso aprovado, será marcada a data para que Agnelo Queiroz compareça à Casa.
“Não vamos trabalhar com defesas midiáticas, não vamos permitir carnavalizar a questão”, respondeu o advogado de Agnelo, Luís Alcoforado. Ele disse que a denúncia faz parte de um inquérito que está sendo investigado pelos tribunais e, assim, por enquanto, o governador não deve dar esclarecimentos em outras instâncias. O inquérito sobre Agnelo está no Superior Tribunal de Justiça.
Nesta terça-feira (1), o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) vai sugerir ao presidente nacional de seu partido, senador José Agripino (PB), que o DEM apresente um pedido de impeachment do governador na Câmara Legislativa do DF. “Agnelo está totalmente enrolado”, disse Demóstenes. Ele também criticou o fato de os deputados distritais ainda não terem tomado uma posição com relação à situação do governador. “A impressão que se tem é que falta iniciativa por parte dos parlamentares”, complementou.
O DEM tem um só deputado distrital, Raad Massouh, que não assinou o pedido de comissão parlamentar de inquérito apresentado pela deputada Celina Leão (PSD) para investigar as denúncias contra Agnelo. Das oito assinaturas necessárias para a abertura da CPI, apenas quatro foram recolhidas, além da de Celina: dos deputados Aylton Gomes (PR), Eliana Pedrosa e Liliane Roriz (PSD) e Wellington Luiz (PPL)
O deputado Rôney Nemer (PMDB), que havia assinado o documento, retirou seu nome na segunda-feira (24). Ele explicou que consultou assessores jurídicos e que a Câmara Legislativa não pode criar a comissão proposta. “Isso cabe à Câmara dos Deputados, não vou participar de um factóide”, disse. Segundo o distrital, como as denúncias envolvem um ministério, a Câmara Legislativa não seria foro competente para analisá-las.
Procurada pelo Brasília 247, a Secretaria de Comunicação Social do GDF informou, em nota, que o chefe do Executivo local dará as explicações necessárias às acusações: “Depois de ser alvo de um procedimento policial contaminado por forças políticas adversárias, que dominaram o poder no DF e não se conformam com a mudança de gestão, o governador Agnelo Queiroz está disposto e determinado a esclarecer em campo limpo, em fóruns isentos, quaisquer dúvidas criadas de forma artificial sobre sua conduta pública”.
Fonte: Brasília
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